Por muitos séculos, a deficiência auditiva foi considerada uma doença severamente incapacitante.
Para minimizar os efeitos da deficiência auditiva, vários sistemas de amplificação têm sido desenvolvidos e aprimorados até nossos dias.
Os sistemas de amplificação são poderosos instrumentos que se utilizados adequadamente, muito podem fazer para amenizar os problemas relacionados à deficiência auditiva.
As próteses auditivas ou aparelhos auditivos são amplificadores eletrônicos utilizados por pessoas que apresentam dificuldade de ouvir ou que não ouvem os sons na intensidade em que são apresentados.
Eles possuem um ou mais microfones que captam o som do ambiente. O sinal acústico é transformado em sinal elétrico, que é amplificado e adaptado de acordo com a perda auditiva. O receptor reconverte o sinal elétrico em sinal acústico e o direciona para dentro do canal auditivo.
Os aparelhos auditivos melhoram a compreensão da fala em várias situações e dão suporte às muitas funções do sistema auditivo humano como localização sonora, compreensão, dentre outras.
Na abordagem médica da deficiência auditiva são fundamentais a identificação precoce, as avaliações completas, o diagnóstico preciso e um conveniente tratamento.
A primeira providência nesse sentido é a avaliação para indicação de um AASI (Aparelho de Amplificação Sonora Individual).
A indicação do uso de aparelhos auditivos é para pessoas com deficiência auditiva não passível de intervenção médica e/ou cirúrgica.
Devemos enfatizar os princípios gerais que devem nortear o trabalho de seleção, indicação e adaptação de próteses auditivas.
Somente por meio do trabalho de uma equipe multidisciplinar (Otorrino, Fonoaudiólogo e empresas fabricantes desses aparelhos), é que o objetivo final poderá ser alcançado, ou seja, auxiliar o deficiente auditivo a lidar melhor com as incapacidades e desvantagens geradas pela perda auditiva, por meio do uso do AASI adequados as suas necessidades audiológicas e estéticas.
Quando falamos em AASI, colocamo-nos diante de várias questões. Qual o tipo de prótese a ser utilizada? Qual o tipo de adaptação? Qual o tipo de processamento do sinal? Qual o tipo de amplificação? Quais as características eletroacústicas mais apropriadas?
Estas questões devem ser muito bem pensadas e avaliadas para que seja possível uma adaptação bem sucedida.
A adaptação e o uso efetivo de próteses auditivas são fundamentais para que o processo de reabilitação do deficiente da audiocomunicação seja iniciado.
Infelizmente, nessa área ainda existem mais perguntas do que respostas.
É importante ressaltar que até mesmo a prótese auditiva com a mais avançada tecnologia não “restaura a audição normal”. A cóclea humana é um órgão sensorial, não-linear. Todo o avanço tecnológico, ocorrido nos circuitos das próteses auditivas, busca imitar a cóclea e sua função. Embora estejamos longe de alcançar tal objetivo, certamente estamos caminhando em sua direção.
“Nenhuma perda auditiva é tão leve que não necessite de intervenção e nenhuma perda auditiva é tão profunda que negligencie o valor do acesso a audição residual.” (Flexer, 1999).