Andador Infantil pode atrasar o desenvolvimento?
Os primeiros passos do bebê é a conquista da independência. E a vontade de ver o bebê crescendo cega as pessoas a um ponto em que elas se esquecem que existem etapas de aprendizado. Além do risco de queda, o andador parece atrasar o desenvolvimento das crianças depois que elas aprendem a andar, até mesmo atrasando seu desenvolvimento mental, já que essa jornada rumo à marcha trabalha habilidades perceptuais e cognitivas.
Isso acontece porque o equipamento permite uma mobilidade ao bebê maior do que sua capacidade natural. Ao engatinhar, a criança aprende sobre desníveis, limites e dimensões de objetos. Ficando muito tempo no andador, ela não assimila bem essas noções: é o aparato que toca os objetos, e não o corpo da criança em si; o andador atinge uma velocidade que naturalmente a criança não conseguiria atingir.
Depois dos 6 meses de idade, os bebês sentem a necessidade de se locomover pelo chão. Por isso mexem pernas e braços vigorosamente, rolam, rastejam, e se enchem de alegria quando conseguem alcançar um brinquedo que estava longe. O próximo passo, então, passa a ser conseguir se manter em pé. Bebês que fazem uso do andador pulam toda essa jornada. Os pés podem adquirir um posicionamento não natural, já que andam pelo chão antes mesmo da criança ser capaz de suportar seu peso sobre as pernas.
Antes de estar pronto para andar, o bebê precisa fortalecer seus músculos, desenvolver a lateralidade, melhorar coordenação motora, desenvolver sua percepção espaço-visual, diminuir a sensibilidade tátil, entre outros aspectos. Pular qualquer uma dessas etapas pode ocasionar dificuldades escolares, já que a aquisição da leitura e da escrita dependem desses fatores.
Dra. Rachel de Carvalho Pereira – fonoaudióloga
Leave a reply →